sábado, 22 de maio de 2021

07: As Três Directrizes do Carma

As 3 Directrizes do Carma



(Carma: a Lei dos Destinos)




* Um Juiz que não saiba nada sobre a Lei do Carma é apenas um adolescente da jurisprudência, e a sua justiça apenas um simulacro mais ou menos tosco do Direito cósmico.
* Evolução, carma e reencarnação são as 3 pedras basilares da Verdade que conduz toda a Humanidade na sua ascensão e as 3 traves-mestras dos Caminhos luminosos da Perfeição.
 * Nos erros dos homens, Deus a todos concede perdão; mas, perante a Lei Divina do Carma para as ofensas e actos errados é necessária rectificação, com trabalho no bem e boa acção.

A Lei do Carma ou de Justiça Cósmica é uma Lei universal que, dentro de toda a esfera de Leis naturais, rege e conduz correctamente toda a esfera de acção dos seres dos diversos Reinos em evolução. É essa Lei que faz justiça correcta às nossas obras boas ou más. O dinamismo desta Lei tenta sempre equilibrar tudo aquilo que desequilibrámos no passado, com a nossa maneira errada de viver. Nesta Lei não há «castigo de Deus», na acepção das religiões. Há, sim, Leis automáticas que regem o Cosmos e todos os seres da Criação. Quem as desconhecer e estiver em choque contra elas sofrerá o impacto doloroso da Lei natural.
Portanto, o carma − do sânscrito: “karman” (acção), do verbo “kri” (fazer, trabalhar) − é a Lei indefectível da justiça cósmica, Lei universal de Causa e Efeito (também chamada Lei da Causalidade, da Consequência ou de Acção e Reacção), que está baseada nas outras Leis automáticas do Retorno e da Sintonia, regendo o equilíbrio ou desequilíbrio das forças anímicas, e que dá «a cada um segundo as suas obras», pois «quem com ferro fere, com ferro será ferido» ou «todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão», conforme as expressões de Cristo.
S. Paulo afirmava: «Tudo o que o homem semear, co­lherá (ou ceifará)!» − Gálatas, VI, 7. Igualmente os Puranas, ensinamentos sacros da antiga Índia, ensinam: «Todo o homem recolhe as consequências dos seus próprios actos». O nosso povo usa expressões com significado semelhante, como: «Quem melhor fizer a cama, melhor nela se deita»; «Ninguém faça o mal com a ideia de que lhe aconteça o bem»; «Não faças mal ao vizinho, que o teu mal vem a caminho»; «O feitiço volta-se contra o feiticeiro»; «Filho és e pai serás; assim como fizeres, também acharás; «Cá se fazem e cá se pagam», etc. Quando o povo faz esta última afirmação, na sua proverbial sabedoria, desconhece que, muitas vezes, não é na mesma vida que se paga, mas sim após séculos ou milénios de evolução, quando a compulsão do carma e a roda da reencarnação voltam a girar na vida terrestre de uma alma.
O carma é muito mais uma lei correctiva do que punitiva, pois Deus, nas Suas Leis magníficas e justiceiras, a ninguém castiga, de facto, embora a compulsão dolorosa da Lei às vezes pareça autêntico castigo e, num certo sentido, podemos entender que assim é, mas não no sentido de qualquer tipo de vingança instintiva, punição revoltada ou coacção autoritarista do Ser Divino, que não possui essas inferioridades. O carma é uma espécie de lei de “retorno”, de “boomerang”, de “ressalto da bola” ou lei de “vasos comunicantes”, a qual tenta automaticamente equilibrar as forças que desequilibrámos com a nossa maneira incorrecta de viver.
É por causa do carma negativo (débito cármico), de erros ou crimes trazidos de muitas vidas anteriores, que se nasce, às vezes, com destinos tão dolorosos: cegos, surdos, mudos, aleijados, mongolóides, etc., que são geralmente reflexos cármicos dolorosos de crimes, abusos ou excessos do passado, de outras encarnações, cometidos contra a Natureza, contra a Humanidade, contra o próximo ou contra o nosso próprio corpo, que não soubemos cuidar ou respeitar devidamente, faltas, delitos e desrespeitos que exigem, hoje, resgates expiatórios, às vezes bem pungentes.
Embora a Lei universal do Carma funcione numa perfeita contabilidade de «débitos» acumulados por cada alma, em cada encarnação no mundo, não esqueçamos que esta Lei também possui a sua vertente de «créditos», de todo o bem que fizemos, fazemos ou fizermos aos outros, ao nosso corpo e à Natureza, tal como tem a de débito dos nossos crimes ou erros, passados ou presentes, mesmo cometidos por ignorância. Esses créditos do bem-fazer podem mesmo ir-se acumulando de tal maneira que muito débito trazido do passado faltoso possa ser transmutado e perdoado, sem que essas dívidas nos cheguem a ser sofrimento. É isso que se chama o «perdão dos pecados», nas religiões.
Mesmo nos erros por ignorância, as únicas dores que nos são perdoadas são, às vezes, as da Consciência (o remorso), por termos cometido acções erradas sem termos a clara noção moral delas, como por exemplo: os actos de se comer carne, de matar animais, de caçar coelhos, de pescar os peixinhos, etc. Embora sejam actos prosaicos, são errados perante a Lei Maior e, de alguma maneira, julgados como criminosos sobre o civilizado vulgar e muito mais para o Iniciado nos Mistérios da Sabedoria. 
E até as nossas «distracções», que levaram a consequências negativas, às vezes são pagas bem caro, como «negligências» da ignorância perante as leis da vida. A própria lei humana, por exemplo, diante de uma acidente de viação, que ninguém provoca de propósito, às vezes responsabiliza gravemente e penaliza severamente os que se distraíram demais e negligenciaram os deveres da sua boa condução perante os outros utentes da estrada.
É a compulsão dessa Lei do carma que nos dá o significado exacto e a explicação vertical para o mistério do sofrimento que aperta tantos sem saberem porque sofrem. As religiões ignaras é que deviam explicar ao povo claramente o significado de tantas dores pungentes neste «vale de lágrimas», mas pararam em medievalismos conceptuais e já não conseguem ensinar nada de realmente profundo e de verdadeiramente válido. «Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!...» − disse Cristo.
De facto, tudo quanto fizermos de desordenado, desarmonioso ou criminoso contra as Leis da Vida, que é a Vontade de Deus a conduzir tudo e todos, terá que ser ressarcido (compensado e pago) com muito sofrimento. A vida equilibrada exige harmonia para com as Leis universais  da Existência, porque o Universo inteiro é um prodígio de Ordem cósmica, regida pela "batuta" do Divino Maestro. Quanto mais o Homem estiver em Harmonia com essa Ordem universal, mais saudável, puro, elevado, liberto e feliz será na sua evolução, rumo à Perfeição.
   Refira-se que o carma é uma Lei muitíssimo complexa e abrangente, podendo ser tanto meramente pessoal como colectivo, quer a nível familiar, racial, nacional, mundial e até sistémico-sideral: planetário, solar, constelatório, galáctico, metagaláctico, univérsico e omnivérsico (relativo à Natureza total ou Criação universal, de todos os Universos visíveis e do Cosmos invisível). Carma é uma Lei de carácter omnipresente, identificando-se com a Vontade Divina, a Lei Maior do Grande Arquitecto do Universo que tudo criou e que pretende manter coesa, integrada e unificada, e não desordenada ou caótica, toda a Criação ou Natureza.
Relativamente ao mecanismo reequilibrante do carma, o próprio sublime Mestre da Galileia, na Sua Sabedoria eterna, que provinha dos recessos luminosos do Cosmos, a ele se referiu quando ensinou: «A semeadura é livre; a colheita é obrigatória!»; «Quem com ferro fere, com ferro será ferido!»; «Quem à espada mata, à espada morrerá»; «A cada um segundo as suas obras!»... Mas sem a reencarnação como se pode compreender que existam tantas aparentes injustiças da Lei de Deus, ao permitir que uns nasçam em “berços de oiro” e outros vivam nas “sarjetas da rua”, privados de quase tudo?...
O Carma, por ser Lei de causa e efeito, age, no seu raio de acção, em todas as esferas da nossa vida e das nossas naturezas múltiplas (físicas ou materiais, psíquicas ou astrais e mentais ou intelectuais), segundo basicamente 9 directrizes principais de causas geratrizes dos nossos créditos ou débitos perante a Lei divina, cuja actuação fundamental, nesta dualidade de forças interactivas, podemos dividir em 3 grupos genéricos, a considerar.

A ) As 3 Directrizes Direccionais do Carma:


No primeiro grupo de acção crédito-débito do carma, podemos considerar essa contabilidade cósmica segundo um referencial de “linhas de clivagem” com incidência específica de acordo com as seguintes percentagens respectivas, as quais, sem terem nada de rígido e de absoluto, interagem mais ou menos assim, nestes três factores básicos, no contexto da nossa vida e evolução:
1.ª ) Intenção − 90 % de crédito ou débito − Incidência primária sobre os motivos íntimos ou motivações básicas que nos levaram a determinada acção, à palavra proferida, ao sentimento específico ou a pensamentos correctos, positivos e harmoniosos, ou errados, negativos e anti-fraternos, quer contra o nosso corpo ou contra o próximo, prejudicando-o, ou contra a Natureza.
2.ª ) Consciência − 9 % de crédito ou débito − Incidência secundária sobre o grau específico de Discernimento mental e espiritual que possuímos acerca da finalidade da vida, do mistério da morte, da lei da evolução e especialmente das noções de moral (especialmente consagradas no Evangelho de Cristo), discernimento com o qual cometemos e medimos as nossas acções.
3.ª ) Acção − 1 % de crédito ou débito − Incidência terciária sobre os efeitos gerados com as nossas acções boas ou más, correctas ou incorrectas, certas ou erradas. Mesmo as distracções exageradas e negligências familiares ou sociais são pagas, às vezes, com bastante sofrimento, aumentando, assim, a percentagem de carma-débito muito além do limite aleatório citado.
Referindo o povo que «o Inferno está cheio de boas intenções» não bastando, por isso, a boa intenção na acção, pois a intenção não é tudo, porque o lúcido discernimento se torna também imperioso, para não darmos “cabeçadas” contra a “parede” da vida, diremos também que: «Não basta termos boas intenções. É preciso sabermos aplicá-las». Foi isso que aprendemos com a própria vida.

B ) As 3 Directrizes Psicológicas do Carma:

      A Lei do carma age sempre, em toda a Natureza, sobre cada ser, incidindo fundamentalmente sobre o princípio ultrapassado de evolução que configura o seu passado imediatamente anterior. No ser humano ela age sobre o princípio instintivo do corpo astral, veículo que desenvolvemos no Reino animal, por onde o Homem passou, na sua evolução ancestral, filogenética, biológica e psicológica.

    1.ª ) Desejos − Mais materialistas (vícios) ou mais espirituais (aspirações). Quanto mais os nossos desejos tendem para o materialismo (apego ao dinheiro, sexo corrupto, álcool, tabaco, drogas, etc.), mais carma-débito criamos. Quanto mais temos nobres aspirações espirituais (de servir a Humanidade, de Amor fraterno, de Fé viva, de Sabedoria eterna, etc.) mais carma-crédito acumulamos.
     2.ª ) Emoções − Mais astralinas ou mais espirituais. Quanto mais nos descontrolamos por emoções desequilibradas e doentias, especialmente agressivas contra os outros, mais carma-débito criamos. Quanto mais procuramos viver em paz e harmonia, em emoções suaves, calmas e pacíficas, para com todos os seres e para com Deus, em emoções místicas, mais carma-crédito acumulamos.
  3.ª ) Sentimentos − Mais egocêntricos ou mais altruísticos. Quanto mais caímos na esfera dos baixos sentimentos, instintivos, possessivos e egocêntricos (egoísmo, orgulho, vaidade, ciúme, inveja, ódio, revolta, vingança, etc.) mais carma-débito criamos. Quanto mais vivemos nos sentimentos altruísticos (caridade, fraternidade, simpatia, benevolência, perdão, etc.), mais carma-crédito acumulamos.
* Então, o ideal da vida superior é aprendermos a purificar os nossos desejos, tornando-os naturais e não artificiais nem viciados; a sublimar as nossas emoções em paz e harmonia; a transmutar os nossos sentimentos pela universalização do nosso Amor a Deus, à Natureza e a toda a Humanidade, e a elevar os nossos pensamentos pelo estudo da Sabedoria eterna do Espírito.

C ) As 3 Directrizes temporais do Carma:

Há séculos que a Sabedoria do Oriente ensina que há 3 espécies básicas de carma, considerando o carma-crédito ou carma-débito que os seres humanos geram nas suas acções, respectivamente boas ou más, ao longo das várias fases temporais das suas vidas, nas suas múltiplas encarnações, enquanto submetidos à roda dos nascimentos e mortes no mundo material ou Plano Físico.
1.ª ) Carma acumulado ou carma latente − denominado “Sanchita” carma. É o carma proveniente de causas acumuladas nas nossas muitas vidas terrestres anteriores, e que está em estado suspenso, em forma de dívidas a resgatarmos no futuro, geralmente noutras encarnações, podendo, no entanto, ser modificado na vida actual sob a acção do Eu Superior e de uma vida bem conduzida.
 2.ª ) Carma maduro ou carma activo − Chamado “Prârabdha” carma. É o carma criado antes, noutras vidas, configurando o destino actual de cada ser humano, cujos efeitos se manifestam na nossa psicologia específica, tal como nas diversas e quase sempre inevitáveis circunstâncias ambientais, familiares, sociais, económicas, profissionais, etc., que nos cercam na vida presente.
 3.ª ) Carma futuro ou nascente − “Kryamâna” ou “Agâmi” carma. Carma em processo de formação, que é criado, actualmente, pelas nossas acções desta actual encarnação e que, em geral, irá reflectir-se no futuro mais ou menos distante, quer no nosso carácter quer nas circunstâncias em que nasceremos no porvir, quando a roda da reencarnação girar outra vez para nós.
* O carma é uma Lei muitíssimo complexa e abrangente, podendo ser tanto meramente pessoal como colectivo, quer a nível familiar, racial, nacional, mundial e até sistémico-sideral, isto é: planetário, solar, constelatório, galáctico, metagaláctico, univérsico e omnivérsico (relativo à Natureza total ou Criação universal, de todos os Universos visíveis e de todo o Cosmos invisível).
* A Justiça divina age a partir de dentro, na intimidade dos Seres: das Consciências e dos Corações, dando, com justa equidade, a cada um segundo as suas obras: palavras, desejos e emoções; e aspirações, sentimentos, pensamentos e acções.
* A Justiça divina é tão neutra quanto um muro de uma parede à qual damos uma cabeçada, por falta de visão, sofrendo as inerentes consequências dolorosas da nossa errada ou distraída acção.
* Os castigos dolorosos e a justiça severa que Deus nos aplica não são sentimentalismos de «vinganças» nem sadismos punitivos do Criador mas correctivo nas lições do nosso aprendizado, especialmente nos domínios do Amor.
* A justiça divina não te condenará pelo amor que sentiste para com os outros, mesmo com os teus pequenos erros cometidos; mas censurará atrozmente todos aqueles que, por frieza e impiedade, não aprenderem a amar ninguém, nos seus corações fementidos.
* Quem se torna justiceiro dos homens com violentas, agressivas, vingativas e opressoras acções, será julgado nos Tribunais do Além e pela Justiça de Deus que reside na intimidade dos Corações.
* Há muito mais Direito verdadeiro na expressão da força da genuína e piedosa Justiça da Razão do que na execução da justiça tirânica da força violenta que nunca teve real e humanitária razão.
* Não apontes severamente o dedo nem o cano da arma ao teu irmão para não seres julgado com muito mais severidade pela justiça de Deus, que nunca falha, na sua universal acção.
* O justo que foi mal interpretado, caluniado e vilipendiado pelos impiedosos, equivocados ou ignorantes, obnubilados para os Céus, não pode temer a injustiça dos ignaros nem preocupar-se com medo da justiça de Deus.
P a z   P r o f u n d a ! . . .


C L I C A R :


P.A.I. − Paz, Amor, Iluminação!...

Prof. M.M.M.Astrophyl
*(Um  Sábio  de  Portugal)*


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