As 3 Directrizes do Carma
(Carma: a Lei dos Destinos)
(Carma: a Lei dos Destinos)
* Um Juiz que não saiba nada sobre a Lei do Carma é apenas um
adolescente da jurisprudência, e a sua justiça apenas um simulacro mais ou
menos tosco do Direito cósmico.
* Evolução, carma e reencarnação são as 3 pedras basilares da
Verdade que conduz toda a Humanidade na sua ascensão e as 3 traves-mestras dos
Caminhos luminosos da Perfeição.
* Nos erros dos homens, Deus a todos concede perdão; mas, perante a Lei Divina do Carma para as ofensas e actos errados é
necessária rectificação, com trabalho no bem e boa acção.A Lei do Carma ou de Justiça Cósmica é uma Lei universal que, dentro de toda a esfera de Leis naturais, rege e conduz correctamente toda a esfera de acção dos seres dos diversos Reinos em evolução. É essa Lei que faz justiça correcta às nossas obras boas ou más. O dinamismo desta Lei tenta sempre equilibrar tudo aquilo que desequilibrámos no passado, com a nossa maneira errada de viver. Nesta Lei não há «castigo de Deus», na acepção das religiões. Há, sim, Leis automáticas que regem o Cosmos e todos os seres da Criação. Quem as desconhecer e estiver em choque contra elas sofrerá o impacto doloroso da Lei natural.
Portanto, o carma − do
sânscrito: “karman” (acção), do verbo “kri” (fazer, trabalhar) −
é a Lei indefectível da justiça cósmica, Lei universal de Causa e Efeito
(também chamada Lei da Causalidade, da Consequência ou de Acção e Reacção), que
está baseada nas outras Leis automáticas do Retorno e da Sintonia, regendo o
equilíbrio ou desequilíbrio das forças anímicas, e que dá «a cada um segundo
as suas obras», pois «quem com ferro fere, com ferro será ferido» ou
«todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão», conforme as
expressões de Cristo.
S. Paulo afirmava: «Tudo
o que o homem semear, colherá (ou ceifará)!» − Gálatas, VI, 7. Igualmente
os Puranas, ensinamentos sacros da antiga Índia, ensinam: «Todo o homem
recolhe as consequências dos seus próprios actos». O nosso povo usa expressões
com significado semelhante, como: «Quem melhor fizer a cama, melhor nela se
deita»; «Ninguém faça o mal com a
ideia de que lhe aconteça o bem»; «Não faças mal ao vizinho, que o teu mal vem a caminho»; «O feitiço volta-se
contra o feiticeiro»; «Filho és e pai serás;
assim como fizeres, também acharás; «Cá se fazem e cá se pagam», etc. Quando o povo faz esta
última afirmação, na sua proverbial sabedoria, desconhece que, muitas vezes,
não é na mesma vida que se paga, mas sim após séculos ou milénios de evolução,
quando a compulsão do carma e a roda da reencarnação voltam a girar na vida
terrestre de uma alma.
O carma é muito mais
uma lei correctiva do que punitiva, pois Deus, nas Suas Leis magníficas e
justiceiras, a ninguém castiga, de facto, embora a compulsão dolorosa da Lei às
vezes pareça autêntico castigo e, num certo sentido, podemos entender que assim
é, mas não no sentido de qualquer tipo de vingança instintiva, punição
revoltada ou coacção autoritarista do Ser Divino, que não possui essas
inferioridades. O carma é uma espécie de lei de “retorno”, de “boomerang”,
de “ressalto da bola” ou lei de “vasos comunicantes”, a qual tenta automaticamente
equilibrar as forças que desequilibrámos com a nossa maneira incorrecta de
viver.
É por causa do carma
negativo (débito cármico), de erros ou crimes trazidos de muitas vidas
anteriores, que se nasce, às vezes, com destinos tão dolorosos: cegos, surdos,
mudos, aleijados, mongolóides, etc., que são geralmente reflexos cármicos dolorosos
de crimes, abusos ou excessos do passado, de outras encarnações, cometidos contra a Natureza, contra a Humanidade, contra o próximo ou contra o nosso próprio corpo, que não soubemos cuidar ou respeitar devidamente, faltas, delitos e desrespeitos que exigem,
hoje, resgates expiatórios, às vezes bem pungentes.
Embora a Lei universal
do Carma funcione numa perfeita contabilidade de «débitos» acumulados por cada
alma, em cada encarnação no mundo, não esqueçamos que esta Lei também possui a
sua vertente de «créditos», de todo o bem que fizemos, fazemos ou fizermos aos
outros, ao nosso corpo e à Natureza, tal como tem a de débito dos nossos crimes
ou erros, passados ou presentes, mesmo cometidos por ignorância. Esses créditos do
bem-fazer podem mesmo ir-se acumulando de tal maneira que muito débito trazido
do passado faltoso possa ser transmutado e perdoado, sem que essas
dívidas nos cheguem a ser sofrimento. É isso que se chama o «perdão dos
pecados», nas religiões.
Mesmo nos erros por
ignorância, as únicas dores que nos são perdoadas são, às vezes, as da
Consciência (o remorso), por termos cometido acções erradas sem termos a clara
noção moral delas, como por exemplo: os actos de se comer carne, de matar
animais, de caçar coelhos, de pescar os peixinhos, etc. Embora sejam actos
prosaicos, são errados perante a Lei Maior e, de alguma maneira, julgados como
criminosos sobre o civilizado vulgar e muito mais para o Iniciado nos Mistérios da Sabedoria.
E até as nossas
«distracções», que levaram a consequências negativas, às vezes são pagas bem
caro, como «negligências» da ignorância perante as leis da vida. A própria
lei humana, por exemplo, diante de uma acidente de viação, que ninguém provoca
de propósito, às vezes responsabiliza gravemente e penaliza severamente os que
se distraíram demais e negligenciaram os deveres
da sua boa condução perante os outros utentes da estrada.
É a compulsão dessa Lei
do carma que nos dá o significado exacto e a explicação vertical para o
mistério do sofrimento que aperta tantos sem saberem porque sofrem. As
religiões ignaras é que deviam explicar ao povo claramente o significado de
tantas dores pungentes neste «vale de lágrimas», mas pararam em medievalismos
conceptuais e já não conseguem ensinar nada de realmente profundo e de
verdadeiramente válido. «Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!...» −
disse Cristo.
De facto, tudo quanto
fizermos de desordenado, desarmonioso ou criminoso contra as Leis da Vida, que
é a Vontade de Deus a conduzir tudo e todos, terá que ser ressarcido
(compensado e pago) com muito sofrimento. A vida equilibrada exige harmonia
para com as Leis universais da
Existência, porque o Universo inteiro é um prodígio de Ordem cósmica, regida
pela "batuta" do Divino Maestro. Quanto mais o Homem estiver em
Harmonia com essa Ordem universal, mais saudável, puro, elevado, liberto e feliz
será na sua evolução, rumo à Perfeição.
Refira-se que o carma é
uma Lei muitíssimo complexa e abrangente, podendo ser tanto meramente pessoal
como colectivo, quer a nível familiar, racial, nacional, mundial e até
sistémico-sideral: planetário, solar, constelatório, galáctico, metagaláctico,
univérsico e omnivérsico (relativo à Natureza total ou Criação universal, de
todos os Universos visíveis e do Cosmos invisível). Carma é uma Lei de carácter omnipresente, identificando-se com a Vontade Divina, a Lei Maior do Grande Arquitecto do Universo que tudo criou e que pretende manter coesa, integrada e unificada, e não desordenada ou caótica, toda a Criação ou Natureza.
Relativamente ao
mecanismo reequilibrante do carma, o próprio sublime Mestre da Galileia, na Sua
Sabedoria eterna, que provinha dos recessos luminosos do Cosmos, a ele se
referiu quando ensinou: «A semeadura é livre; a colheita é obrigatória!»; «Quem
com ferro fere, com ferro será ferido!»; «Quem à espada mata, à espada morrerá»; «A cada um segundo as suas obras!»...
Mas sem a reencarnação como se pode compreender que existam tantas aparentes
injustiças da Lei de Deus, ao permitir que uns nasçam em “berços de oiro” e
outros vivam nas “sarjetas da rua”, privados de quase tudo?...
O Carma, por ser Lei de
causa e efeito, age, no seu raio de acção, em todas as esferas da nossa vida e
das nossas naturezas múltiplas (físicas ou materiais, psíquicas ou astrais e
mentais ou intelectuais), segundo basicamente 9 directrizes principais de causas geratrizes
dos nossos créditos ou débitos perante a Lei divina, cuja actuação fundamental,
nesta dualidade de forças interactivas, podemos dividir em 3 grupos genéricos, a considerar.
A ) As 3 Directrizes Direccionais do Carma:
No primeiro grupo de
acção crédito-débito do carma, podemos considerar essa contabilidade cósmica
segundo um referencial de “linhas de clivagem” com incidência específica de
acordo com as seguintes percentagens respectivas, as quais, sem terem nada de
rígido e de absoluto, interagem mais ou menos assim, nestes três factores básicos,
no contexto da nossa vida e evolução:
1.ª ) Intenção − 90 %
de crédito ou débito − Incidência primária sobre os motivos íntimos ou
motivações básicas que nos levaram a determinada acção, à palavra proferida, ao
sentimento específico ou a pensamentos correctos, positivos e harmoniosos, ou
errados, negativos e anti-fraternos, quer contra o nosso corpo ou contra o
próximo, prejudicando-o, ou contra a Natureza.
2.ª ) Consciência − 9 %
de crédito ou débito − Incidência secundária sobre o grau específico de
Discernimento mental e espiritual que possuímos acerca da finalidade da vida,
do mistério da morte, da lei da evolução e especialmente das noções de moral
(especialmente consagradas no Evangelho de Cristo), discernimento com o qual
cometemos e medimos as nossas acções.
3.ª ) Acção − 1 % de crédito ou débito −
Incidência terciária sobre os efeitos gerados com as nossas acções boas ou más,
correctas ou incorrectas, certas ou erradas. Mesmo as distracções exageradas e
negligências familiares ou sociais são pagas, às vezes, com bastante
sofrimento, aumentando, assim, a percentagem de carma-débito muito além do limite
aleatório citado.
* Referindo o povo que «o Inferno está cheio de boas intenções»
não bastando, por isso, a boa intenção na acção, pois a intenção não é tudo,
porque o lúcido discernimento se torna também imperioso, para não darmos
“cabeçadas” contra a “parede” da vida, diremos também que: «Não basta termos
boas intenções. É preciso sabermos aplicá-las». Foi isso que aprendemos com a
própria vida.
B ) As 3 Directrizes Psicológicas do Carma:
A Lei do carma age
sempre, em toda a Natureza, sobre cada ser, incidindo fundamentalmente sobre o
princípio ultrapassado de evolução que configura o seu passado imediatamente
anterior. No ser humano ela age sobre o princípio instintivo do corpo astral,
veículo que desenvolvemos no Reino animal, por onde o Homem passou, na sua
evolução ancestral, filogenética, biológica e psicológica.
1.ª ) Desejos − Mais materialistas (vícios) ou mais espirituais (aspirações). Quanto mais os nossos desejos tendem para o materialismo (apego ao dinheiro, sexo corrupto, álcool, tabaco, drogas, etc.), mais carma-débito criamos. Quanto mais temos nobres aspirações espirituais (de servir a Humanidade, de Amor fraterno, de Fé viva, de Sabedoria eterna, etc.) mais carma-crédito acumulamos.
2.ª ) Emoções − Mais
astralinas ou mais espirituais. Quanto mais nos descontrolamos por emoções
desequilibradas e doentias, especialmente agressivas contra os outros, mais
carma-débito criamos. Quanto mais procuramos viver em paz e harmonia, em
emoções suaves, calmas e pacíficas, para com todos os seres e para com Deus, em
emoções místicas, mais carma-crédito acumulamos.
3.ª ) Sentimentos −
Mais egocêntricos ou mais altruísticos. Quanto mais caímos na esfera dos baixos
sentimentos, instintivos, possessivos e egocêntricos (egoísmo, orgulho,
vaidade, ciúme, inveja, ódio, revolta, vingança, etc.) mais carma-débito
criamos. Quanto mais vivemos nos sentimentos altruísticos (caridade, fraternidade,
simpatia, benevolência, perdão, etc.), mais carma-crédito acumulamos.
* Então, o ideal da vida superior é aprendermos a purificar os
nossos desejos, tornando-os naturais e não artificiais nem viciados; a sublimar
as nossas emoções em paz e harmonia; a transmutar os nossos sentimentos pela
universalização do nosso Amor a Deus, à Natureza e a toda a Humanidade, e a
elevar os nossos pensamentos pelo estudo da Sabedoria eterna do Espírito.
C ) As 3 Directrizes temporais do Carma:
Há séculos que a
Sabedoria do Oriente ensina que há 3 espécies básicas de carma, considerando o
carma-crédito ou carma-débito que os seres humanos geram nas suas acções,
respectivamente boas ou más, ao longo das várias fases temporais das suas
vidas, nas suas múltiplas encarnações, enquanto submetidos à roda dos
nascimentos e mortes no mundo material ou Plano Físico.
1.ª ) Carma acumulado
ou carma latente − denominado “Sanchita” carma. É o carma proveniente de
causas acumuladas nas nossas muitas vidas terrestres anteriores, e que está em
estado suspenso, em forma de dívidas a resgatarmos no futuro, geralmente
noutras encarnações, podendo, no entanto, ser modificado na vida actual sob a
acção do Eu Superior e de uma vida bem conduzida.
2.ª ) Carma maduro ou carma activo − Chamado “Prârabdha”
carma. É o carma criado antes, noutras vidas, configurando o destino actual de cada
ser humano, cujos efeitos se manifestam na nossa psicologia específica, tal
como nas diversas e quase sempre inevitáveis circunstâncias ambientais,
familiares, sociais, económicas, profissionais, etc., que nos cercam na vida
presente.
3.ª )
Carma futuro ou nascente − “Kryamâna” ou “Agâmi” carma. Carma em
processo de formação, que é criado, actualmente, pelas nossas acções desta
actual encarnação e que, em geral, irá reflectir-se no futuro mais ou menos
distante, quer no nosso carácter quer nas circunstâncias em que nasceremos no
porvir, quando a roda da reencarnação girar outra vez para nós.
* O carma é uma Lei
muitíssimo complexa e abrangente, podendo ser tanto meramente pessoal como
colectivo, quer a nível familiar, racial, nacional, mundial e até sistémico-sideral,
isto é: planetário, solar, constelatório, galáctico, metagaláctico, univérsico
e omnivérsico (relativo à Natureza total ou Criação universal, de todos os
Universos visíveis e de todo o Cosmos invisível).
* A Justiça divina age a partir de dentro, na intimidade dos Seres:
das Consciências e dos Corações, dando, com justa equidade, a cada um segundo
as suas obras: palavras, desejos e emoções; e aspirações, sentimentos,
pensamentos e acções.
* A Justiça divina é tão neutra quanto um muro de uma parede à qual
damos uma cabeçada, por falta de visão, sofrendo as inerentes consequências dolorosas
da nossa errada ou distraída acção.
* Os castigos dolorosos e a justiça severa que Deus nos aplica não
são sentimentalismos de «vinganças» nem sadismos punitivos do Criador mas
correctivo nas lições do nosso aprendizado, especialmente nos domínios do Amor.
* A justiça divina não te condenará pelo amor que sentiste para com
os outros, mesmo com os teus pequenos erros cometidos; mas censurará
atrozmente todos aqueles que, por frieza e impiedade, não aprenderem a amar ninguém, nos seus corações fementidos.
* Quem se torna justiceiro dos homens com violentas, agressivas,
vingativas e opressoras acções, será julgado nos Tribunais do Além e pela
Justiça de Deus que reside na intimidade dos Corações.
* Há muito mais Direito verdadeiro na expressão da força da genuína
e piedosa Justiça da Razão do que na execução da justiça tirânica da força
violenta que nunca teve real e humanitária razão.
* Não apontes severamente o dedo nem o cano da arma ao teu irmão
para não seres julgado com muito mais severidade pela justiça de Deus, que
nunca falha, na sua universal acção.
* O justo que foi mal interpretado, caluniado e vilipendiado pelos
impiedosos, equivocados ou ignorantes, obnubilados para os Céus, não pode temer
a injustiça dos ignaros nem preocupar-se com medo da justiça de Deus.
P a z P r o f u n d a ! . . .
C L I C A R :
P.A.I. − Paz, Amor, Iluminação!...
Prof. M.M.M.Astrophyl
*(Um
Sábio de Portugal)*
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